Não abandone o treino nas férias, os benefícios vêm com a prática contínua
Nas férias, todo mundo abandona a disciplina de treino e alimentação balanceada, afinal muitos traçam objetivos estéticos e, um deles, é estar em forma para as férias.
Se não bastasse a rotina desregrada, surgem inúmeros eventos e festanças com os amigos… É uma delícia, né? Bebemos, comemos até passar mal e paramos de treinar.
Agora eu pergunto: Você sabe qual o efeito dessa diminuição das atividades físicas, também conhecida como destreinamento, associada a uma dieta inadequada?
Esse é um fenômeno comum que ocorre até com atletas. É corriqueiro ver em notícias esportivas atletas voltando do período de recesso acima do peso ou até atletas que interrompem a carreira e ganham peso rapidamente. Por que isso ocorre?
Basicamente, causamos desequilíbrio entre o consumo e o gasto energético. Ou seja, saímos da nossa rotina de treinos que tem um gasto energético diário e comemos mais do que o habitual -geralmente comidas com um alto valor calórico. O resultado vocês já sabem: quilinhos indesejáveis.
Mas a coisa não é tão simples quanto parece. Hoje trouxe uma pesquisa que avaliou alguns parâmetros após um curto (5 semanas) e um longo (1 ano) período de destreinamento, para pensarmos se realmente vale a pena optar pelo exercício e manter a rotina de alimentação ou se tudo bem chutar o balde.
Os pesquisadores fizeram o estudo com remadores profissionais altamente treinados, que praticavam 8 sessões por semana, ± 15 horas por semana. Durante o primeiro ano, os 2 grupos (destreinados e ativos) treinaram um volume igual, 1.046 horas/ano, divididos em:
- 74% do treinamento específico de remada
- 26% de exercício resistido
Durante o segundo ano, o grupo treinado manteve o volume de treino do ano anterior. Porém, o grupo destreinado teve seu treinamento reduzido para no máximo 4 horas por semana, uma diminuição de no mínimo de 75% de volume.
Os cientistas verificaram que mesmo com a redução da ingestão calórica pela metade após o destreinamento (lembre que no nosso caso ainda aumentamos a ingestão calórica), os atletas que pararam de treinar tiveram aumento na massa corporal, IMC (Índice de Massa Corporal) e gordura corporal após 5 semanas da interrupção.
Os resultados foram ainda mais evidentes após 1 ano, no qual os atletas atingiram IMC de 25 que é um valor limítrofe. Além disso, os cientistas notaram alterações no perfil lipídico (triglicerídeos, colesterol total e frações) e resistência à insulina.
Resumindo, muitos dos benefícios do exercício são decorrentes da prática contínua, quando interrompemos o exercício por qualquer que seja o motivo esses benefícios são perdidos gradualmente.
Um dia ouvi uma pessoa experiente dizendo uma verdade: Se for praticar um exercício, escolha uma modalidade que irá realizar pelo menos três vezes por semana, pela vida toda!
A alimentação e o exercício devem ser um hábito, não uma obrigação. Por esse motivo, quando viajar para praia, sítio, chácara, aproveite os espaços, dedique 10, 20, 30 minutos com atividades físicas e isso fará com que você volte melhor após o período de férias e alcance seu objetivo, sem voltar dez casas para trás depois das férias.
Lembre-se: Nossos resultados dependem dos nossos esforços.