Por que eu treino mais que minha colega, mas ela tem mais resultados?

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Quando chegamos na academia, percebemos que sempre tem aquela menina que fica bem menos tempo e parece ter mais resultados. Por que isto acontece?

(Vou deixar de lado fatos como a pessoa dizer que fica três horas na academia, mas dessas conversa duas horas e cinquenta minutos.)

Além de fatores motivacionais, objetivo de treino, alimentação, contamos com uma forte influência genética. Não é novidade para ninguém que os genes influenciam o resultado do exercício.

Porém, um estudo publicado no International Journal of Obesity levanta esta questão com resultados significantes. Para analisar os efeitos do exercício sobre as mulheres, elas foram separadas de acordo com o risco genético à obesidade.

Na pesquisa, as mulheres que tinham marcadores genéticos que predispunham a obesidade ganharam peso mesmo depois de seguir um treinamento de força durante um ano. Já aquelas que não tinham estes marcadores genéticos perderam peso com o mesmo tipo de treinamento.

Para a análise, foram coletadas amostras de DNA de 84 mulheres, com idades entre 30 e 65 anos, com foco na descoberta de genes relacionados à obesidade. Todas as mulheres precisaram iniciar um treinamento de alta e moderada intensidade de exercícios com peso e resistência, por pelo menos uma hora, três vezes na semana por um ano.

Os pesquisadores descobriram que o exercício teve um efeito maior sobre a perda de peso e de gordura corporal nas mulheres cuja a expressão genética dos "genes obesos" eram menores, em comparação com as mulheres cujo risco genético foi maior.

Para se ter uma ideia, as mulheres cujos genes tinham um alto risco de obesidade ganharam uma média de 1,2 kg durante o período do estudo, ao passo que as mulheres cujos genes tinham um baixo risco de obesidade perderam, em média, 1,3 kg.

Além disso, os cientistas descobriram que as mulheres que tinham genes com alto risco de obesidade mantiveram a mesma porcentagem de gordura corporal durante o período de estudo, enquanto as mulheres cujos genes tinham um baixo risco de obesidade perderam, em média, 2,7% de sua gordura corporal.

Esta descoberta pode significar que as mulheres cujos genes predispõem à obesidade precisam fazer mais exercícios para obter os resultados almejados, principalmente quando falamos de perda de peso, tendo que ter um maior foco na rotina saudável com base em uma alimentação regrada e rotina de exercícios.

Isso não significa que, se você tem uma genética propícia a ganhar mais peso, você pode pensar: "Ah! Então não vou treinar!!!" Saiba que atividades sedentárias podem aumentar ainda mais a expressão deste gene — como já esclarecido em um texto da coluna.

O treinamento auxilia sim o emagrecimento e promove diversos benefícios, como melhora do condicionamento físico, respiratório, cardiovascular, saúde óssea e muito mais para sua saúde.

Vale lembrar que ainda precisamos de mais estudos significantes que associem a carga genética ao IMC, exercícios e composição corporal.