Dores no corpo? Pode ser fibromialgia; veja como exercício reduz problema
Algumas mulheres sentem dores e pontadas em locais específicos do corpo e não sabem o motivo. O desconforto pode ser causado por um problema que afeta o gênero feminino chamado fibromialgia.
Ela ocorre predominantemente em mulheres com idade entre 40 a 55 anos e dificulta a realização de uma série de tarefas motoras e cognitivas, o que provoca impacto negativo na qualidade de vida e em atividades do dia a dia.
O que é?
A fibromialgia é uma síndrome crônica sem causas bem determinadas. Acredita-se que ela pode ser gerada por predisposição genética ou alterações neuroendócrinas, psicossomáticas e do sono, além de fatores externos como traumas, artrite periférica e até mesmo microtrauma muscular por falta de condicionamento.
A doença tem como sintomas dores musculares, alterações do sono, fadiga, rigidez matinal de curta duração, sensação subjetiva de edema, formigamentos, cefaleias, síndrome do cólon irritável, fenômeno de Raynaud. A fibromialgia também está associada a problemas como depressão, síndrome do pânico, ansiedade e redução da aptidão cardiorrespiratória.
Pontos de dor da fibromialgia
A fibromialgia tende a provocar dor em áreas específicas do corpo, como coluna cervical (região do pescoço), joelhos, braços, bacia e nádegas. As pessoas com o problema costumam ter os pontos sensíveis à palpação mostrados na ilustração abaixo.
O exercício é aliado contra a dor
O tratamento da fibromialgia é multidisciplinar e envolve o uso de remédios, fisioterapia, alimentação, acompanhamento psicológico e prática de exercícios –há evidências científicas de que a atividade física ajuda na redução da dor.
Como as pacientes costumam apresentar baixo nível de condicionamento físico, com predisposição ao sedentarismo, o início de um treino pode ser sofrível e ocorrer muita desistência, por aumentar ainda mais dores e fadiga.
A atividade física só deve ser iniciada após liberação médica e orientada por um treinador. O treino deve ocorrer de forma progressiva, sendo que a melhora ocorre em longo prazo. Vale enfatizar que atividades de baixa intensidade são mais indicas, considerando que os pacientas são indivíduos destreinados.
A seguir, mostro os benefícios que algumas modalidades trazem para quem sofre com o problema:
ATIVIDADE AERÓBICA
A prática regular de exercícios como caminhada, corrida, ciclismo e natação vai deixar o corpo mais forte e resistente para realizar as atividades físicas do dia a dia (subir escada, agachar etc.), minimizando dores nessas e em outras situações.
Exercícios aeróbicos ainda estimulam a produção de substâncias que trazem bem-estar, reduzem a dor e turbinam o humor. Assim, minimizam problemas emocionais, como depressão e ansiedade. Além disso, o exercício aumenta a disposição, reduz a fadiga e melhora o sono. Tudo vai ajudar a aumentar significativamente a qualidade de vida da paciente.
ALONGAMENTO
O alongamento é usado como intervenção-controle e observa-se alguma melhora sobre o sono e rigidez matinal. Os benefícios com alongamento tendem a se estabilizar, diferentemente do treino aeróbico.
HIDROTERAPIA
A hidroterapia é muito indicada para pacientes com fibromialgia, pois tem pouco impacto –o que tende a gerar menos dores pós-exercício. Vai trazer benefícios semelhantes às atividades aeróbicas: redução da dor, aumento da resistência, melhora do humor e do sono etc.
IOGA
O ioga é uma atividade física alternativa mais suave. Ela aumenta a flexibilidade, o que é importante para a diminuição da rigidez e encurtamentos musculares que agravam o quadro de fadiga e dor.
A prática também pode inibir a atividade cerebral em áreas relacionadas à dor –há relatos de pacientes que não sentem incômodos no corpo durante a meditação. Já o trabalho com a autoconsciência reduz ansiedade e depressão.
Ressalto que a população afetada pela fibromialgia necessita de muitos cuidados, assim, é necessária a prática de atividades que melhorem sua qualidade de vida, sendo importante a orientação de um educador físico para que o treino seja sempre saudável.