Você sabe o que é osteartrite? Conheça o problema e como ele ocorre
A osteoartrite (OA), também denominada osteoartrose pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), é uma condição crônica degenerativa caracterizada pela perda de cartilagem articular e inflamação sinovial, levando à rigidez articular, inchaço, dor e perda de mobilidade. Pode ocorrer em qualquer articulação, sendo as mais acometidas: quadril, joelho pés e mãos.
Afeta cerca de metade da população com mais de 65 anos e é considerada uma das causas mais significativas de incapacidade no mundo. De acordo com a SBR, a OA é a doença mais frequente entre as doenças reumáticas, sendo responsável por cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia. Segundo dados da previdência social, é a doença responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho e é a quarta a determinar aposentadoria (6,2%).
Inicialmente, era considerada uma doença da cartilagem articular, mas pesquisas recentes demonstraram que envolve toda a articulação. A perda de cartilagem articular é a mudança primária, mas há uma combinação de mudanças celulares e estresses biomecânicos que causam várias alterações na articulação, tais como: a remodelação do osso subcondral, a formação de osteófito (conhecidos popularmente como bico de papagaio), o desenvolvimento de lesões da medula óssea, mudança no líquido sinovial e na cápsula articular.
Como ocorre?
A cartilagem articular adulta normal é formada por condrócitos e pela matriz extracelular (MEC), sendo composta por água, colágeno e proteoglicanos. Os condrócitos sintetizam esses componentes e as enzimas proteolíticas responsáveis pela sua degradação. Esses são influenciados por fatores de crescimento ou inflamatórios, estímulos estruturais e físicos e até mesmo componentes da própria matriz. A OA resulta da falha dos condrócitos em manter o equilíbrio entre síntese e degradação destes componentes da MEC.
A OA é uma doença multifatorial que pode decorrer de um trauma ou de uma inflamação que pode aumentar a atividade enzimática, levando a formação de partículas que são eliminadas por células de defesa.
Em caso de desequilíbrio entre a eliminação e produção desses componentes, é alterado o funcionamento fisiológico, estimulando os condrócitos a liberar enzimas que degradam a cartilagem. Na fase inicial, há a formação de fissuras e a redução da espessura da cartilagem. Com o tempo, podem ocorrer danos irreversíveis da cartilagem, atingindo o osso subcondral.
Fatores de risco
Não modificáveis
- Genética. Estudos apontam para alterações genéticas em pessoas com OA.
- Gênero. Estudos epidemiológicos apontam para maior incidência em mulheres.
- Idade. Quanto maior a idade, maior a incidência da doença.
Modificáveis
- Fatores nutricionais e vitamínicos. Falta ou excesso de determinadas vitaminas pode estar correlacionada com a incidência da OA, porém a maioria dos estudos são inconsistentes.
- Tabagismo. Estudos apontam que pessoas com OA e fumam tendem a sentir mais dor.
- Lesões ou traumas. Lesões ligamentares, de menisco ou entorse de tornozelo aumentam o risco de desenvolvimento de OA.
- Força muscular e massa. A fraqueza muscular pode conferir risco para o início e a progressão da OA em joelho.
- Sedentarismo. Falta de atividade física está associada a OA.
- Excesso de atividade física. Excesso de atividade física pode sobrecarregar as articulações e aumentar o risco de OA.
Metabólicas
- Alterações metabólicas. Diabetes tipo 2 e níveis elevados de glicose estão relacionadas com o desenvolvimento e progressão da OA.
- Obesidade. Há um aumento de as substâncias inflamatórias que participam do processo de degradação da cartilagem. Além disso, encontramos um maior índice de massa corporal (IMC) em pessoas com OA.
Tratamento
O melhor tratamento para essa condição é a prevenção. Manter uma alimentação balanceada e a prática de atividade física moderada e regular são fundamentais para prevenir não apenas essa, mas diversas condições crônicas da atualidade.
- Tratamento farmacológico tem bons resultados para o alívio da dor.
- Tratamentos não farmacológicos como a fisioterapia também podem contribuir para diminuir os sintomas e melhorar a função durante as atividades do dia-a-dia.
- Terapias comportamentais para auxiliar a perda de peso também são recomendadas pelos estudos.
- Em casos mais graves o procedimento cirúrgico também pode ser uma opção.
Manter uma alimentação balanceada e a prática de atividade física moderada e regular são fundamentais para prevenir a OA, mas também outras diversas condições crônicas. Procure um profissional de saúde qualificado para traçar o melhor plano de tratamento para você.
*Colaboração da fisioterapeuta Dra. Renata Luri e Dra. Ana Clara Maldonado, fisioterapeuta pela Universidade Federal de Alfenas