Lesão no menisco: entenda as causas e como tratar o problema
Os meniscos são duas estruturas de fibrocartilagem com formato em semilunar (ou em "C") na região do joelho, que recobrem cerca de metade a dois terços da superfície articular da tíbia. Elas se localizam-se na área proximal e articular da tíbia, na região dos planaltos medial e lateral.
Os meniscos são compostos por colágeno (75%) e proteínas não colágenas (8% a 13 %). As fibras de colágeno se arranjam em feixes de padrão circunferencial e radial, e é essa característica que garante a absorção de cargas exercidas no joelho. Os meniscos transmitem aproximadamente 50% das forças de sustentação do peso na extensão e 85% na flexão.
Eles têm como funções a distribuição de carga, amortecimento de impacto entre fêmur e tíbia, estabilidade articular, propriocepção, evitar movimentos acima da amplitude articular e lubrificação da articulação.
As lesões meniscais
Elas podem ser traumáticas, degenerativas ou um misto das duas, e a incidência das lesões meniscais é maior em homens do que em mulheres. Geralmente, as lesões agudas são mais prevalentes em homens com idade entre 20 e 30 anos, que costumam ter com mais frequência rupturas e episódios traumáticos.
Já as lesões degenerativas são mais prevalentes em indivíduos com idade superior a 40 anos. Em pacientes com idade mais avançada, as lesões podem ocorrer em pequenos movimentos torcionais durante a realização de atividades diárias.
Uma característica que dificulta o tratamento dessas lesões é o fato de que os meniscos são avascularizados (não têm vasos sanguíneos), exceto em sua região mais periférica, prejudicando sua capacidade de reparo.
Sintomas da lesão
- Quadro de dor após entorse do joelho, sendo que em idosos podem ocorrer lesões sem traumas específicos relacionados.
- A queixa mais frequente é a dor na interlinha articular, que piora com a flexão do joelho com descarga de peso, como ao agachar.
- Edema devido ao derrame articular, isto é, inchaço na região do joelho.
- Sensação de travamento do joelho.
- Estalidos.
- Crepitações.
- Sensação de falseio do joelho.
É importante a avaliação de um médico ortopedista, que por meio da história do paciente, inspeção do joelho doloroso um exame físico minucioso pode diagnosticar a lesão meniscal.
Durante a consulta, o médico realizará exame físico e testes, como algumas manobras no joelho, que quando positivas podem levar ao diagnóstico. A ressonância magnética é considerada o padrão de referência para o auxílio do médico no diagnóstico da lesão. Em alguns casos, o problema pode não ser identificado na exame ressonância magnética, então é realizada a artroscopia diagnóstica. Se houver suspeita clínica e sintomatologia para lesão meniscal, o médico ortopedista pode realizar um procedimento cirúrgico.
Tratamentos
Tratamento fisioterapêutico
O tratamento conservador costuma ser indicado em lesões pequenas, estáveis e em lesões degenerativas de pacientes idosos. Consiste em medicação e fisioterapia por meio de recursos eletrotermofotofísicos como ultrassom e laserterapia, além de cinesioterapia por meio de exercícios específicos de propriocepção, estabilização e fortalecimento muscular.
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico é realizado em lesões maiores, instáveis ou na falha do tratamento conservador. As cirurgias se dividem em dois tipos:
– Meniscectomias Limpeza e retirada de porções ou de todo menisco. A preservação do menisco é preconizada, já que quanto maior a retirada do menisco, menor a sua função de distribuição de carga e de amortecimento de impactos e, por isso, maior será o estresse na superfície articular do joelho.
– Suturas São viáveis quando as lesões ocorrerem em áreas vascularizadas do menisco, propiciando assim uma boa cicatrização. O procedimento é feito por artroscopia.
Após os procedimentos, a fisioterapia é essencial e tem como papel restabelecer a função, diminuindo as dores e limitações do movimento, fortalecendo a musculatura de membros inferiores e garantindo maior controle neuromuscular.
Como prevenir lesões
Como ocorre em todas as lesões ou doenças, o mais importante é focar em prevenção. Manter-se ativo, controlar o peso corporal e realizar exercícios físicos com orientação adequada é importante para manter não apenas a articulação, como também todo o corpo sempre saudáveis.
*Colaboração da fisioterapeuta Dra. Renata Luri e do Dr. Wilson Cessa Filho, ortopedista pela sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia.