Quais são os alimentos que você gosta de comer? É hora do autoconhecimento
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Hoje quero te fazer um convite. Que tal aproveitar alguns minutos do seu dia para saber mais sobre você? Exercitar o autocuidado… Aquilo que grande parte das pessoas fala não conseguir praticar por conta das atribulações da rotina pré-isolamento social.
Agora não temos mais está justificativa para nos impedir. É hora de você olhar gentilmente para si, com a intenção de conhecer aquilo que realmente gosta de fazer, inclusive o que gosta de comer!
Percebo que grande parte dos pacientes que atendo baseiam as escolhas alimentares em opções que consideram ser saudáveis, no entanto, dificilmente sabem apontar os alimentos que efetivamente gostam de comer.
Volto a pergunta inicial: quais são os alimentos que você gosta de comer?
Rapidamente e sem nenhum autojulgamento, anote em um papel todos os alimentos que vierem a sua mente.
Agora, vamos respirar fundo e olhar para esta lista, identificando o real motivo pelo qual registrou aqueles alimentos, valorizando aqueles que verdadeiramente gosta, independente de seus atributos nutricionais.
Estes questionamentos são colocados porque não existe problema algum em comer aquilo que você verdadeiramente aprecia, mesmo que seja um bolo de chocolate, um sorvete, uma fruta ou um tipo específico de pão. A questão é saber como e quando comer, sem culpa e com consciência.
Comer é uma atividade fundamental para mantermos a vida e nossa saúde; logo devemos ter uma relação positiva com o alimento, respeitando a nossa vontade genuína de comer. Podemos considerar como genuíno algo sincero e verdadeiro, que nos faz bem e traz uma sensação agradável. Para exercitarmos este conceito, um bom caminho é conhecer de fato as suas preferências alimentares.
As nossas preferências alimentares, assim como a construção do nosso comportamento frente aos alimentos, são cultivados com o tempo, baseados em experiências vividas cotidianamente e que começam a ser impressas desde a nossa vida intrauterina, passando pela fase de amamentação, introdução alimentar, infância e adolescência.
O nosso dia a dia fortalece este vínculo e consolida cada vez mais as nossas preferências, uma vez que inúmeros fatores podem ser reconhecidos como determinantes para nossas atitudes e escolhas alimentares. Isto faz com que você deva reconhecer como alguns gatilhos podem te afetar e influenciar. Observe as dicas a seguir:
- A mídia e as redes sociais exercem um elevado poder sobre as nossas escolhas, inclusive alimentares. Comece observando os influenciadores e pessoas relacionadas a alimentação/nutrição que você segue, considere boas fontes ou busca como referência, percebendo se reforçam atitudes muito drásticas ou restritivas; tenha um olhar atento e crítico avaliando se as orientações estão de fato alinhadas com a sua vontade genuína – se a resposta for sim, permaneça conectada; caso contrário – desligue-se desta influência.
- Normas sociais: quais são os padrões impostos pelo seu círculo social com relação a alimentação? Os livros que você lê, filmes que assiste e notícias que busca. De alguma forma você não consegue manter a sua identidade alimentar com receio de não ser aceita ou julgada? Se a sua resposta for sim, te pergunto – "Vale a pena?". Sugiro que você repense estas escolhas.
O mais importante de tudo é reconhecer e acreditar em sua capacidade de concretizar aquilo que verdadeiramente é, inclusive o que gosta de comer, sem julgamentos, tendo sempre uma postura acolhedora.
Não estou dizendo com isto que você deve utilizar os alimentos para regular as suas emoções, buscando neles satisfação, recompensa ou punição, mas sim que você pode desenvolver autonomia e legitimidade na escolha que irá compor o seu prato e as suas refeições.
