Seja em uma maratona ou em um treino rápido, como o corpo produz energia?

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O corpo humano necessita de um suprimento contínuo de energia química para realizar suas múltiplas e complexas funções. Essa energia que deriva da oxidação do alimento não é liberada subitamente ao ser alcançada uma determinada temperatura, pois o organismo não consegue utilizar a energia térmica.
Assim, a dinâmica da energia humana envolve a transferência de energia por intermédio das ligações químicas.
Por esse motivo, para que qualquer via metabólica funcione precisamos ingerir fontes de energia e nutrientes. São elas os carboidratos, as proteínas e as gorduras, que são fornecidas pela alimentação regrada e adequada.
A "usina metabólica" permite importantes interconversões para o catabolismo e o anabolismo entre carboidratos, gorduras e proteínas.
Mas, quando ingerimos determinado alimento, a energia destes nutrientes não é transferida diretamente para cada célula do nosso organismo e, sim, é captada, conduzida e armazenada no corpo através de um composto de alta energia, o chamado ATP.
1ª Via metabólica: Sistema ATP-CP
O ATP é uma fonte energética suficiente para alguns segundos de trabalho fisiológico e de exercício máximo, aumentando nos estágios iniciais de exercício. Com sua utilização, reduzimos os níveis de ATP armazenado. Assim, este processo estimula, imediatamente, a decomposição dos nutrientes armazenados com a alimentação (carboidratos, proteínas e lipídeos) fornecendo energia suficiente para a ressíntese de ATP.
Este sistema é chamado de anaeróbico, pois não precisa de oxigênio para o processo, e alático.
Exercícios
Como é um método mais rápido e simples de produção de ATP é destinado para exercícios que precisam de um fornecimento imediato de energia, como exercícios de alta intensidade e curta duração (de 3 a 15 segundos).
Os exemplos de exercícios são: exercícios de musculação, sprints, nados de curtas distâncias e alta intensidade, levantamento de pesos.
Quando o tempo excede a ativação deste sistema, ocorre o processo de exaustão, reduzindo o ATP e CP, não conseguindo fornecer energia suficiente para a contração muscular e ativando…
2ª Via metabólica – Sistema Glicolítico
A produção de energia por este sistema também é bem rápida, sendo anaeróbia (sem utilização de oxigênio), porém envolve o processo de glicólise, resultando em um metabolismo lático.
A glicólise anaeróbia envolve a desintegração incompleta de uma das substâncias alimentares.
Assim, neste processo ocorre quebra da glicose (carboidrato) ou glicogênio para formar o chamado ácido pirúvico. Antes da glicose e do glicogênio serem utilizados como fonte de energia eles são convertidos a glicose-6-fosfato, que dá início a glicólise.
O mais importante que precisa saber é que o ácido pirúvico é convertido em lactato (a liberação de íons de hidrogênio é a responsável pelas dorzinhas chatas).
Este processo gera 2 moléculas de ATP (energia).
Tanto o sistema ATP-CP quanto o sistema glicolítico, sozinhos, produzem uma pequena quantidade de energia. Porém, juntos, geram energia suficiente, mesmo com quantidade de oxigênio limitada.
Exercícios
Este processo torna-se limitado por produzir e acumular íons de hidrogênio (que é convertido a lactato) nos músculos e líquidos corporais.
Este processo age nos primeiros minutos de exercícios intensos. Nos exercícios de explosão (de 1-2 minutos), este sistema é super importante e as concentrações de íons de hidrogênio, dependendo do tempo e solicitação, podem aumentar ocorrendo o que chamamos de acidificação, que é o acúmulo de íons no meio. Este processo agride as fibras musculares, quando for de forma excessiva, pois inibe a degradação de glicogênio para a geração de energia.
Quando passamos deste tempo de exercício, ocorre um aumento da concentração de íons hidrogênio, acúmulo de lactato e, consequentemente, as células não conseguem atender a demanda de energia, ativando…
3ª Via metabólica – Sistema Oxidativo
Este sistema inicia com o término da oxidação de carboidratos, envolvendo os ácidos graxos. Por ser aeróbico, utilizam oxigênio e possuem o Ciclo de Krebs como sua via final da oxidação.
Neste sistema a gordura é imprescindível, por ser uma fonte potencial de energia, sendo quase ilimitada, cerca de 90.000 a 110.000 kcal de energia.
As proteínas desempenham um papel secundário agindo mais no repouso e, no exercício, quase não desempenha função, somente em condições extremas, quando ocorre privação de carboidratos e exercícios extremamente longos (como IronMan), o catabolismo de proteínas durante pode ser significativo.
Exercícios
Esta via, principalmente, é responsável pela quebra de gorduras como fonte de energia. Exercícios leves e moderados são os principais deste sistema, como corridas, bike, transport etc.