A comida desperta sensações ruins em você? É possível transformar o quadro

Crédito: iStock
Quantas vezes você já parou para refletir sobre o papel do alimento em sua vida? Quais são as sensações que ele desperta em você e quais são as memórias afetivas que você construiu relacionadas à alimentação até o momento?
Grande parte das pessoas carrega consigo sentimentos bastante extremos com relação ao alimento: culpa, punição, autopiedade, frustração, ansiedade, felicidade… Enfim, em todas estas situações, se não houver equilíbrio e uma dose de autoconhecimento, o resultado pode ser suficiente para acender o farol vermelho.
Por este motivo é tão importante buscar compreender o real significado que o alimento tem para você, e como você lida ou transforma isto.
A terapia cognitivo comportamental tem como um dos objetivos incentivar a reflexão e a identificação destes fatores na sua vida. Um dos instrumentos utilizado nestas situações é o Modelo Transteórico, proposto por Prochaska e DiClemente. Este pode auxiliar o terapeuta, bem como o paciente na busca de resultados efetivamente melhores.
O Modelo Transteorico considera que durante toda mudança de comportamento passamos por estágios ou fases com características bastante específicas:
1. Fase da Pré Contemplação: caracterizada pela falta de vontade ou determinação em mudar. Normalmente é justificada pelas frustrações ou insucessos anteriores. Nesta condição, o terapeuta atua como um agente motivador e traz à tona a importância das mudanças, estimulando a constante reflexão no paciente.
2. Fase da Contemplação: é caracterizada pela tomada de consciência do indivíduo. É quando este percebe que a mudança é de fato necessária e que trará benefícios para si. O profissional deverá incentivá-lo e reforçar estas mudanças, demonstrando à pessoa que é possível alcançá-las.
3. Fase da Preparação: é o momento de agir, ou seja, colocar em prática atitudes, mesmo que pequenas, para que alguns resultados sejam percebidos e o indivíduo comece a colher os aspectos positivos de sua escolha. Neste momento, o profissional ajudará muito promovendo soluções e orientações que contribuam para a manutenção da mudança.
4. Fase da Ação: pode ser percebida quando as mudanças começam a ser verdadeiramente aplicadas, e ao longo do tempo tornam-se mais fáceis de ser seguidas. A motivação e orientação de fácil adesão precisam ser encorajadas para serem implementadas, são muito importantes para que o indivíduo sinta-se cada vez mais capaz.
5. Fase da Manutenção: é quando as atitudes foram implementadas por um período superior a 6 meses. A autoeficácia deve ser incentivada por parte do profissional, para que a autonomia prevaleça.
Em qualquer uma das fases a recaída poderá acontecer, mas o que realmente importa neste momento é saber reconhecer o que motivou tal acontecimento, buscando alternativas para driblar esta condição caso volte a acontecer.
O importante ao longo desta trajetória é o autoconhecimento, reconhecer e aceitar suas dificuldades, buscando sempre soluções inteligentes e que se encaixem no dia a dia.