Fica na dúvida entre o elíptico e a esteira? Veja qual é a melhor opção
Ainda vejo muitas pessoas e alunos na academia com uma pulga atrás da orelha com o elíptico (transport), e que acabam optando por uma caminhada na esteira no lugar do aparelho. Mas antes de escolher é bom saber que as duas modalidades são distintas no que se refere a força aplicada, impacto nas articulações e calorias gastas.
O exercício em esteira é muito comum e permite que as pessoas se envolvam na forma simples com a atividade física regular, principalmente a caminhada. Já o dispositivo elíptico é uma modalidade de exercício anunciado como superior a uma esteira, por conta do baixo impacto conjunto.
Quem já caminhou e já teve uma experiência com o equipamento elíptico percebe que saímos muito mais cansado do transport, não? Realmente, o elíptico queima mais calorias do que andar.
A Mayo Clinic analisou alguns voluntários e estimativas. Para ter uma ideia, uma pessoa que pesava cerca de 72 kg queimou 365 calorias em uma hora de transport, e 314 calorias em uma hora de caminhada. O equipamento elíptico reduz significativamente o peso em comparação com outras atividades funcionais e esportivas comuns. A máquina que simula escada queima ainda mais. Neste estudo, a escada queimaria cerca de 657 calorias em uma hora.
Além do mais, realizando esteira e transport no mesmo nível de esforço, o exercício em um dispositivo elíptico resulta em uma frequência cardíaca maior, maior porcentagem de consumo máximo de oxigênio e maior taxa de troca respiratória do que o exercício em esteira.
Sabemos também que o transport gera um impacto infinitamente menor que a caminhada e corrida, gerando menos estresse nas articulações durante o treino. Em uma caminhada você gera forças equivalentes a 112% do seu peso corporal, já no elíptico você utiliza cerca de três quartos (cerca de 73%) do seu peso corporal, sendo uma ótima opção para quem tem problemas articulares ou mesmo que quer prevenir.
O transport ativa membros inferiores e, em menor proporção, membros superiores. Os estudos mostram que a ativação da musculatura superior é bem baixa, porém há uma ativação significativa ao redor das articulações do quadril e parte inferior das costas, além de trabalhar os isquiotibiais e pequenos músculos ao redor do tornozelo, importantes para o equilíbrio e para evitar o risco de quedas em pessoas mais idosas.
Esses achados podem auxiliar a equipe de reabilitação ao considerar o retorno do indivíduo à atividade inicial após certas patologias ósseas ou dos tecidos moles ou procedimentos cirúrgicos dos membros inferiores. Essa informação também é útil do ponto de vista da carga repetitiva (para evitar lesões por excesso de uso) ou para recomendações de exercícios para pessoas com maior risco de exacerbar a patologia articular crônica.
Um estudo, publicado por Burnfield e colaboradores, mostra que durante o treinamento elíptico a ativação do músculo glúteo máximo e vasto lateral foi aumentada; os isquiotibiais mediais, gastrocnêmio, sóleo e a ativação muscular anterior do tibialis estavam diminuídos; e glúteo médio e a ativação do músculo isquiotibial lateral estavam relativamente inalterados em comparação com a ativação muscular desses músculos na caminhada em esteira. Com base nas constatações da eletromiografia, nenhum equipamento elíptico é claramente melhor na ativação muscular do que a esteira, somente pelo benefício de reduzir impacto.
Analisando todas as pesquisas é importante enfatizar que com relação ao gasto calórico, redução de impacto e saúde articular; o transport tem mais benefícios comparados à caminhada. Observando os dados gerais, é importante avaliar que o transport fornecerá um desenvolvimento da aptidão cardiovascular similar ao da esteira –com pequenas diferenças.
Isso é de fundamental importância para os praticantes iniciantes e experientes, que podem desejar variedade em seu programa de treinamento para evitar a rigidez. Além disso, para atletas em muitas competições de corrida, um dispositivo elíptico pode fornecer uma alternativa para treinamento cruzado durante uma fase ativa de repouso em um programa de treinamento periodizado.