Artrite reumatoide causa rigidez e dor nas articulações; veja como tratar
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que afeta as articulações. O problema afeta de 1% a 2% da população e é prevalente em mulheres. A doença tende a aparecer entre os 30 e 60 anos, e sua incidência aumenta com a idade. Além disso, ela encurta a expectativa de vida.
A artrite reumatoide está relacionada a fatores genéticos e ambientais, e é dividida em quatro classes, conforme a funcionalidade do paciente:
- Classe I A pessoa pode realizar perfeitamente todas atividades diárias de autoassistência (se alimentar, tomar banho, se vestir, fazer suas necessidades), além das atividades recreativas (andar de bicicleta, nada, malhar etc.) e de trabalho.
- Classe II O paciente consegue realizar todas as atividades de autoassistência e trabalho, mas sente limitação para as recreativas.
- Classe III É possível executar todas as atividades de autoassistência, mas há limitação nas de trabalho e lazer.
- Classe IV Tem limitação para realizar os três tipos de atividade.
Os sintomas mais comuns
A doença costuma afetar as articulações das mãos, punhos, cotovelos, ombros, coluna cervical, quadris, joelhos, tornozelos e pés. Em adultos, o problema é simétrico –atinge os dois punhos, ou os dois joelhos, por exemplo. Já em crianças pode aparecer apenas em uma articulação. Entre os principais sintomas estão:
- Rigidez matinal nas articulações, que melhora cerca de 30 minutos após acordar;
- Dor e inchaço articular;
- Dano articular e estrutural.
- Atrofia muscular por desuso.
Muitos estudos mostraram que pessoas com artrite reumatoide têm função neuromuscular e cardiorrespiratória mais baixas –e, consequentemente pior condicionamento físico em relação a indivíduos saudáveis. Essas disfunções geralmente ocorrem porque a dor limita os pacientes se exercitarem e realizarem suas atividades diárias.
Como identificar e tratar
O diagnóstico é realizado por meio do histórico da pessoa e exame físico, que visa identificar dor ao se movimentar, redução na amplitude de movimento articular, contraturas, crepitação, sinais locais de inflamação, calor, tumefação. Geralmente, são feitos testes de esforço, de aptidão e funcionais –realizados por um fisioterapeuta — e radiografia das articulações.
O tratamento farmacológico é realizado principalmente com drogas antirreumáticas e remédios biológicos (inibidor de alfa TNF e outros), além de analgésicos, pomadas analgésicas, anti-inflamatórios e injeções de corticosteroides. Para pacientes com artrite reumatoide IV o principal objetivo é:
- Aliviar sintomas artríticos (dor);
- Manter ou aumentar o funcionamento físico;
- Limitar a incapacidade física;
- Evitar a toxicidade medicamentosa.
O tratamento fisioterapêutico pode ser feito com:
- Terapias de calor e frio;
- Proteção patelar;
- TENS (estimulação nervosa elétrica transcutânea, o popular "choquinho") para aliviar a dor;
- Exercícios;
- Massagem;
- Imobilização de articulações.
A cirurgia é indicada apenas em casos muito graves, com a finalidade de reduzir a dor e aumentar a estabilidade e o alinhamento articular.
Que cuidados ter durante o treino
Tanto o tipo quanto a programação de exercícios deve ser feita por um profissional especializado, que vai levar em consideração o tipo de artrite, os sintomas e todas as suas limitações e prognósticos da doença. O treinamento tem como objetivo inicial aumentar a capacidade funcional do paciente e, em seguida, elevar seu condicionamento físico, otimizando a atividade sem fadiga ou dor excessiva.
Pesquisas do American College os Sports Medicine mostraram que pessoas com artrite reumatoide podem ser beneficiados pelos exercícios aeróbicos como caminhada, bicicleta ergométrica e hidroterapia. Além da função física global, exercícios em água quente melhoram a flexibilidade articular e aliviam a dor.
As pesquisas mostraram que a atividades física em geral contribuiu para a diminuição da dor. As modalidades mais indicadas são:
– Exercícios de flexibilidade, força e resistência. Entre eles estão: subir e descer escadas, levantar-se de uma cadeira, caminhada, Tai chi e ioga, iniciando como reabilitação e progredindo para adesão ao programa como atividade física regular.
– Exercícios de alongamento, que devem ser feitos de três a cinco vezes por semana.
– Exercícios de isometria, em que a pessoa contrai o músculo por 10 segundos sem fazer movimento articular.
– Usos de faixa elástica em exercícios com movimentação articular.
Depois que a musculatura estiver treinada o suficiente e possa ser usada com maior eficiência, o paciente deverá acrescentar exercícios aeróbicos e atividades funcionais à sua rotina.
As atividades em grupo, inclusive comunitárias, que combinam exercícios de flexibilidade e técnicas para redução de estresse também têm resultados promissores. Além disso, é importante oferecer informações sobre a doença e tratamento aos pacientes. Um programa assim da Arthritis Foundation reduziu em cerca de 20% a percepção da dor e as pessoas com artrite reumatoide raramente foram encaminhadas para a fisioterapia e terapia ocupacional, reduzindo custos com o tratamento da doença.
Em geral, foi concluído que o exercício de reabilitação exerce um impacto significativo no sentido de diminuir a deterioração e a incapacidade produzida pela artrite.