Por que perdemos a força conforme envelhecemos e como minimizar isso?

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Você sabia que o pico de força muscular ocorre por volta dos seus 30 anos? Após essa idade, de forma lenta e progressiva, podemos observar as mudanças naturais envelhecimento, entre elas está a redução de força.
Esse processo pode ser descrito como dinapenia. Ele está associado à perda de massa muscular no envelhecimento –denominada sarcopenia. Ao longo do tempo, essa combinação representa um risco para a saúde, diminuindo a qualidade de vida e até mesmo a independência funcional.
Como perdemos a força e os músculos?
O envelhecimento é um processo progressivo que influencia uma série de alterações bioquímicas e estruturais em células, tecidos e órgãos. Todos os sistemas são afetados e acabam se sobrepondo. Entenda o que ocorre em cada um deles.
SISTEMA NEURAL
O sistema nervoso é afetado com o envelhecimento neuronal, sendo que essas mudanças ocorrem tanto no sistema nervoso central quanto no periférico. O envelhecimento neuronal ocorre devido a deficiências no controle genético da produção de proteínas estruturais, de enzimas e fatores neurotróficos, o que altera a função das células nervosas, a neurogênese e a plasticidade. Também há a lentificação da passagem do potencial de ação devido à degeneração da bainha de mielina.
O déficit na capacidade intrínseca de gerar força muscular parece ser influenciado pela lentidão dessa propriedade contrátil e também por modificações na composição das fibras musculares como o aumento da deposição de tecido adiposo e conectivo.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular também apresenta alterações estruturais como o aumento da massa cardíaca e a deposição de colágeno. A circulação periférica sofre alterações morfológicas e funcionais, tais como a redução da relação capilar por fibra muscular, menor diâmetro capilar e alteração da função endotelial, o que influencia negativamente a eficiência metabólica.
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
Dentre os sistemas biológicos, o sistema musculoesquelético é um dos mais afetados. Há o progressivo declínio de massa muscular devido a múltiplos fatores como a queda de hormônios anabólicos, a proteólise e a degeneração neuronal.
A sarcopenia resulta na perda gradual do tamanho e número de fibras musculares. Proporcionalmente, há a redução da área relativa às fibras tipo II se comparado às fibras tipo I, o que se relaciona ao fato de que com o passar dos anos perdemos a potência muscular e as respostas rápidas, como reação à queda, por exemplo.
Estudos demonstram que idosos apresentam menores concentrações de hormônios anabólicos na corrente sanguínea, além de resistência às substâncias anabólicas no músculo Paralelamente à queda de hormônios, há o aumento de estímulos catabólicos. A produção de marcadores sanguíneos pró-inflamatórios que aceleram o processo de perda de aminoácidos e a quebra de proteínas das fibras musculares.
Para agravar todo esse quadro, além dessas mudanças fisiológicas, a tendência com o envelhecimento é o declínio no nível de atividade física diária das pessoa e a diminuição da ingestão proteica na dieta. E esses são os fatores que agravam a perda de massa muscular e que podemos mais facilmente intervir.
O que fazer para manter meus músculos?
De acordo com o Department of Health and Human Services (DHHS, 2008), idosos ativos têm cerca de 30% a menos de chance de ser acometidos por limitações funcionais moderadas ou severas. A U.S. Preventive Services Task Force (USPFT, 2012) preconiza que a atividade física atua na prevenção de quedas e manutenção de força.
Considerando as mudanças no corpo do idoso e o impacto negativo da inatividade física, a prática regular de atividade física e uma alimentação balanceada com aporte adequado de proteínas são o primeiro passo para prevenção e tratamento da perda de massa e força muscular. Procure sempre um profissional de saúde para mais orientações.
*Colaboração da fisioterapeuta Dra. Renata Luri