Dor lombar: estudos recentes apontam o melhor tratamento
A dor lombar, também conhecida como lombalgia, afeta negativamente a qualidade de vida de muitas pessoas.
Dados do INSS apontam que, em 2017, a dor nas costas foi a maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, sendo a lombar a região mais acometida da coluna. Por isso, o desconforto pode ser considerado um problema de saúde pública com relevância clínica, social e econômica.
Há dados apontando que, em alguma época da vida, cerca de 80% das pessoas sofrerão ao menos um episódio de lombalgia e 10% a 15% desse grupo desenvolverão dor lombar crônica. Cerca de 90% a 95% dos casos de dor lombar são lombalgias inespecíficas, isso é, não atribuídas a uma causa conhecida.
Como é feito o diagnóstico?
Para a dor lombar não específica, as diretrizes de prática clínica recomendam a realização de anamnese (histórico), exame físico, testes neurológicos, avaliação de fatores psicossociais e exames de imagem em casos de suspeita de patologia grave.
Os tipos de dor lombar
– Aguda Segundo a diretriz canadense, é a dor que permanece por até 12 semanas. Mas outras diretrizes sugerem um tempo menor, de até quatro semanas, para a classificação de dor aguda.
– Crônica Todos os estudos definem como sintomas que persistem pot período maior que 12 semanas.
Tenho lombalgia inespecífica, devo fazer exames de imagem de forma rotineira?
Todos os Guidelines não recomendam o uso de exames de imagem de rotina. Os exames são válidos em casos específicos. Procure um médico especialista.
Qual tratamento devo procurar?
Dor lombar aguda As diretrizes apontam um prognóstico favorável. Há alguns anos, os especialistas indicavam o repouso, mas os estudos mais atuais recomendam evitar ficar parado e retornar às atividades normais do dia a dia. Também é aconselhado fazer uso de antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e opióides por curtos períodos, sempre prescritos pelo médico.
Dor lombar crônica As diretrizes recomendam o manejo multidisciplinar. Isso é, profissionais de diferentes áreas da saúde, como médicos, fisioterapeutas e psicólogos, que são imprescindíveis no tratamento adequado. A prescrição de medicamentos, exercícios terapêuticos e intervenções psicossociais é necessária para um tratamento adequado e eficaz.
Em casos de dor lombar crônica, as diretrizes já apontam que o melhor caminho é a prática de atividade física. Há uma variedade de tipos de exercícios que podem ser usados: alongamento, treinamento de força, exercícios de controle motor, entre outros. Procure um profissional de saúde que oriente adequadamente a realização dos exercícios.
Medicação
Quem nunca pediu conselho ao vizinho e se automedicou na esperança de amenizar um dor? Saiba que as medicações devem sempre ter prescrição médica, já que seu uso inadequado possui efeitos colaterais que podem prejudicar seu estado de saúde.
A ciência está se atualizando constantemente e as evidências também podem apontar caminhos diferentes. Por exemplo, as diretrizes mais recentes não mostram eficácia no uso de paracetamol em lombalgia não específica. Atualmente, sabe-se que há outras medicações que podem auxiliar nessa doença, como os AINS e antidepressivos, quando necessários.
Tanto para tratamento quanto para prevenção, praticar exercícios regularmente é a melhor solução. Em caso de dores na coluna, não se automedique e procure sempre um profissional de saúde especialista para o tratamento mais adequado.
*Colaboração Dra. Renata Luri, Fisioterapeuta Doutora pela Unifesp e Dra. Thais Almeida, Fisioterapeuta pela Unifesp e Especializada em Afecções da Coluna.