Idoso pode fazer exercício funcional? Sim, e treino traz muitos benefícios
O envelhecimento gera uma série de modificações fisiológicas que se manifestam, principalmente, na perda da capacidade de adaptação e diminuição da funcionalidade do corpo.
As alterações repercutem na mobilidade dos idosos. A mobilidade física engloba vários componentes como agilidade, velocidade e equilíbrio.
Outras capacidades físicas que agem de maneira direta na mobilidade física são a força muscular e a flexibilidade. A redução da força muscular é responsável por uma deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do indivíduo. Já a flexibilidade está intimamente relacionada à mobilidade, visto que pode ser definida como amplitude de movimentos disponíveis em uma articulação ou conjunto de articulações.
Níveis adequados de força muscular e flexibilidade, dentre outros fatores, são determinantes para a eficácia na mobilidade dos idosos e, consequentemente, na melhora da execução dos diferentes movimentos envolvidos na realização das atividades da vida diária.
O treinamento funcional tem como objetivo melhorar capacidades necessárias para simples movimentos do dia a dia. Por este motivo, são indicados exercícios que estimulam os receptores proprioceptivos presentes no corpo, estimulando os sistemas de controle motor, favorecendo a melhoria dos mecanismos de propriocepção, a diminuição dos desequilíbrios musculares, a incidência de lesões e aumento da eficiência dos movimentos.
Dessa forma, essa atividade tem atraído, cada vez mais, o público de terceira idade, pois usa exercícios diversificados e específicos, visando o treinamento global do corpo humano e preparando-o para os movimentos da vida diária.
As recomendações de atividade física durante o envelhecimento são semelhantes às preconizadas para adultos saudáveis, incluindo exercícios que contemplem a capacidade cardiorrespiratória, a flexibilidade e a força em suas diversas manifestações. Trabalhos de equilíbrio também devem ser enfatizados, tendo em vista a diminuição dessa capacidade com o envelhecimento.
O treinamento de força e suas diversas manifestações, no público idoso, tem se mostrado um meio eficiente para promover melhora de muitas das capacidades citadas. Esses benefícios repercutem de maneira positiva na autonomia funcional, favorecendo o desempenho nas atividades cotidianas tais como:
- Aumento da massa magra.
- Melhora do perfil lipídico — colesterol e triglicerídeos.
- Redução do peso corporal.
- Aumento do VO2 Max — capacidade cardiorrespiratória.
- Melhor controle da glicemia.
- Melhor controle da pressão arterial de repouso.
- Melhora do equilíbrio e da marcha.
- Menor dependência para realização de atividades diárias.
- Melhora da autoestima e da confiança.
- Significativa melhora da qualidade de vida.
Quando bem planejado, vimos que o treinamento funcional é uma ferramenta recomendada como parte de uma estratégia para melhoria da qualidade de vida da população idosa e um profissional qualificado em educação física fará toda a diferença.