Que tal um chá para combater a ansiedade, a insônia, a retenção líquida?
Paola Machado
30/10/2018 04h00
Crédito: iStock
Os chás são usados há milênios por vários povos, tanto para combater certos males quanto para potencializar diversas ações no corpo. Isso porque uma simples xícara da bebida pode proporcionar benefícios complementares no processo de saúde e recuperação de desequilíbrios orgânicos e funcionais.
Mas, antes de conhecer o poder de diferentes chás, é muito importante você aprender o jeito certo de fazê-los. O preparo ideal depende da parte da planta ou erva utilizada, e tem como objetivo concentrar e preservar seus componentes bioativos. Os métodos mais comuns são infusão ou decocção.
Como preparar os chás?
Dependendo da parte da planta ou erva utilizada para se fazer o chá, o modo de preparo varia como forma de se concentrar e preservar os componentes bioativos das plantas. Os métodos mais comuns são infusão ou decocção.
Infusão
É a preparação que resulta do contato da planta com a água fervente. Indicada para chás de folhas e flores.
- Ferver a água.
- Desligar o fogo e colocar a folha seca da erva selecionada.
- Abafar por 15 minutos e agitar.
- Coar, se necessário
Dica: Não adoçar. Preferir as folhas secas ao sachê.
Decocção
Recomendada para as partes mais rígidas das plantas, como raízes, cascas, entrecascas, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas (com cutículas espessas).
- Aquecer a água até ferver.
- Acrescentar a parte da planta à água e mexer suavemente.
- Ferver por três a cinco minutos, com a panela tampada e fogo baixo.
- Desligar o fogo e deixar em repouso por 15 minutos.
- Coar, se necessário.
Conheça os diferentes benefícios dos chás
Para reduzir a ansiedade
- Laranja amarga (Citrus aurantium): infusão de 1 g a 2 g das flores em 150 ml de água.
- Capim-santo ou Capim-cidreira (Cymbopogon citratus): infusão de 1 g a 3 g das folhas para 150 ml de água.
- Mulungu (Erythrina verna): decocção de 4 g a 6 g da casca para 150 ml de água.
- Maracujá (Passiflora alata): infusão de 3 g das folhas para 150 ml de água.
- Erva cidreira (Lippia alba): infusão de 1 g a 3 g das partes aéreas em 150 ml de água.
- Camomila (Matricaria chamomilla L): infusão de 3 g das flores para 150 ml de água.
Para ajudar na digestão
- Erva cidreira (Lippia alba): infusão de 1 g a 3 g das partes aéreas em 150 ml de água.
- Mil-folhas (Achillea millefolium): infusão de 1 g a 2 g das partes aéreas em 150 ml de água.
- Macela (Achyrocline satureioides): infusão de 1,5 g das sumidades floridas em 150 ml de água.
- Carqueja (Baccharis trimera): infusão de 2,5 g das partes aéreas em 150 ml.
- Guaçatonga (Casearia sylvestris): infusão de 2 g a 4 g das folhas em 150 ml.
Para controlar o colesterol
- Plantago (Plantago ovata): decocção de 5 g da casca da semente para 150 ml de água.
- Alcachofra (Artemisia alba): infusão de 1 xícara das folhas em 500 ml de água.
Para evitar a constipação intestinal
- Cáscara sagrada (Rhamnus purshiana): decocção de 0,5 g da casca em 150 ml de água.
- Sene (Senna alexandrina): decocção de 1 g dos frutos e folíolos em 150 ml.
Para combater a gastrite
- Espinheira santa (Caesaria sylvestris): decocção de 1 g a 3 g das folhas em 150 ml de folhas.
- Guaçatonga (Casearia sylvestris): infusão de 2 g a 4 g das folhas em 150 ml de água.
Para driblar a insônia
- Laranja amarga (Citrus aurantium): infusão de 1 g a 2 g das flores para 150 ml de água.
- Capim-santo ou Capim-cidreira (Cymbopogon citratus): infusão de 1 g a 3 g das folhas para 150 ml de água.
- Mulungu (Erythrina verna): decocção de 4 g a 6 g da casca para 150 ml de água.
- Melissa (Melissa officinalis): infusão de 2 g a 4 g das folhas para 150 ml de água.
Para diminuir a retenção hídrica
- Bardana (Arctium lapp): decocção de 2,5 g da raiz em 150 ml.
- Dente de leão (Taraxacum officinale L.): decocção de 3 g a 4 g de toda a planta para 150 ml de água.
- Chapéu de couro (Echinodorus macrophyllus): infusão de 1 g das folhas em 150 ml de água.
- Cavalinha (Equisetum arvense): infusão de 3 g das partes aéreas em 150 ml de água.
Muitas plantas quando consumidas em excesso podem causar toxicidade e interagir com medicamentos. Existem também contraindicações de utilização de alguns chás em situações de doenças. Por isso procure um médico ou nutricionista para orientar quais bebidas e a quantidade que você pode tomar.
*Colaboração da nutricionista Dra. Deborah Masquio
Referências:
– AMARAL, ACF; SIMÕES, EV; FERREIRA, JLP. Coletânea científica de plantas de uso medicinal. Rio de Janeiro. 2005.
– BRASIL, Ministério da Saúde. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA – RDC N° 26, DE 13 DE MAIO DE 2014 Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos.
– BRASIL, Ministério da Saúde. RESOLUÇÃO – RDC Nº 10, DE 9 DE MARÇO DE 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras providências.
BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Secretaria dos Colaboradores. Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. / Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. – São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2015 [1ª edição-1ª reimpressão].
– CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTA. RESOLUÇÃO CFN Nº 556, DE 11 DE ABRIL DE 2015. Altera as Resoluções nº 416, de 2008, e nº 525, de 2013, e acrescenta disposições à regulamentação da prática da Fitoterapia para o nutricionista como complemento da prescrição dietética.
– FRANCO LL. Chás e seus benefícios medicinais. São Paulo, 2008.
– PANIZZA et al. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Paulo, 2012.
Sobre a autora
Paola Machado é fisiologista do exercício, formada em educação física modalidade em saúde pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), mestre em ciências da saúde (foco em fisiologia do exercício e imunologia) e doutoranda em nutrição pela UNIFESP. É autora do Livro Kilorias - Faça do #projetoverão seu estilo de vida (Editora Benvirá). Atualmente, atua como pesquisadora, desenvolvendo trabalhos científicos sobre obesidade, e tem um canal de desafios (30 Dias com Paola Machado) onde testa a teoria na prática. Também é fundadora do aplicativo aplicativo 12 semanas. CREF: 080213-G | SP
Sobre a coluna
Aqui eu compartilharei conteúdo sobre exercício e alimentação para ajudar você a encontrar o caminho para um estilo de vida mais saudável. Os textos são cientificamente embasados e selecionados da melhor forma possível, sempre para auxiliar no seu bem-estar. Mas, lembre-se: a informação profissional é só o primeiro passo da sua nova jornada. O restante do percurso depende 100% de você e da sua motivação para alcançar seu objetivo.