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Constipação intestinal: entenda o quadro e como melhorar seus sintomas

Paola Machado

29/12/2018 04h00

A constipação intestinal é considerada como um retardo prolongado ou exagerada retenção de fezes no intestino grosso, sendo caracterizada também pela demora na eliminação do bolo fecal.

incluem a eliminação de fezes extremamente sólidas, de pequeno volume, sensação de evacuação incompleta ou até mesmo frequente dificuldade em expelir as fezes.

A constipação não é uma doença, e sim uma condição. É normal que existam variações de pessoa para pessoa no tempo entre as evacuações. De acordo com os critérios de classificação do Ministério da Saúde, a constipação intestinal pode ser identificada de acordo com os seguintes sintomas em crianças e adultos:

Crianças: fezes duras durante 2 vezes na semanas; fezes firmes ao menos 2 vezes por 2 semanas; ausência de doença metabólica, endócrina ou estrutural.

Adultos: quando minimamente 25% das vezes ao evacuar ou tentar evacuar apresentar: dificuldade, fezes ressecadas ou muito duras, sensação de evacuação incompleta, sensação de obstrução intestinal, manobras manuais e frequência de evacuação inferior a 3 vezes por semana.

As causas mais comuns de constipação intestinal são hábitos alimentares inadequados, fatores psicológicos como tensão emocional, sedentarismo, redução no tônus da musculatura do intestino (muitas vezes ocasionada por deficiência de vitamina B1 e potássio) e uso de alguns medicamentos com propriedades anticolinérgicas (opióides, antidepressivos, diuréticos, anti-histamínicos, antiparkinsonianos, benzodiazepínicos, corticosteróides, fenotiazinas, propranolol, sais de ferro e laxativos em uso crônico).

É importante ressaltar que a inibição da necessidade de evacuar quando se sente vontade, por conta de circunstancias externas e até mesmo negligencia própria, podem conduzir em longo prazo a constipação intestinal. Alimentos específicos e o consumo adequado de líquidos — principalmente água — colaboram com a melhora do quadro. Confira dicas abaixo:

11 DICAS PARA ALIVIAR A CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

1 – Aumente a ingestão de líquidos: o consumo adequado de água é fundamental para o funcionamento intestinal. Recomenda-se que um adulto consuma por volta de 2 litros ou  35ml por kg de peso diariamente. Os sucos naturais, os chás e frutas naturais também podem ser contabilizados, mas o consumo da água pura é a escolha mais saudável, pois não agrega calorias e auxilia no controle de peso.

2 – Para evitar redução no tônus da musculatura intestinal, consuma diariamente alimentos fontes de vitamina B1, como castanha-do-Brasil, pistache, noz-pecã, avelã, caju, aveia cozida, suco natural de laranja, ervilha cozida, noz picada, noz-macadamia, feijão-preto e amendoim, que ajudam no quadro, e os alimentos fontes de potássio: pistache, folhas de beterraba cozidas, ameixa seca, abacate, iogurte com baixo teor de gordura, amêndoa, suco de tomate, suco de ameixa, batata assada com casca, melão cantalupo, suco de laranja, acelga cozida, e banana.

3 – Inclua azeite na alimentação: as gorduras presentes no azeite são absorvidas lentamente na última parte do íleo, o que estimula o peristaltismo intestinal. No duodeno (primeira parte do intestino fino) a gordura também ajuda na liberação de um hormônio chamado colecistoquinina, que estimula a liberação de bile e sais biliares pela vesícula, o que também estimula o peristaltismo intestinal.

4 – Aumente a ingestão de fibras: as fibras possuem características de reter água no intestino, e  isso facilita o aumento do peso do bolo fecal, favorecendo seu amolecimento e estímulo ao transito intestinal. Recomenda-se o consumo diário de 20 a 50 g de fibras.

São alimentos fontes de fibras: farelos (aveia, cevada, arroz), frutas cruas (com casca e bagaço), verduras no geral, grãos de cereais como milho, soja, grão de bico, linhaça, chia e os alimentos integrais.

5 – Incorpore o consumo de alimentos prebióticos: As fibras denominadas prebióticas (inulina e FOS, principalmente) são fermentadas no intestino, facilitando o crescimento das bactérias benéficas intestinais (bifidobacterias e lactobacillus). Isso favorece a composição saudável da microbiota intestinal, estimula o peristaltismo e previne a obstipação.

São fontes naturais de insulina e FOS: alcachofra, soja, alho, alho poró, aspargo, chicória, cebola, banana (principalmente biomassa de banana verde), batata yacon, açúcar mascavo, centeio e tomate. Atualmente no mercado existem alguns alimentos enriquecidos com inulina, como linhas funcionais de alimentos (pão de forma).

6 – Os probióticos, microorganismos vivos que afetam de forma benéfica a saúde intestinal, inibindo a colonicação intestinal por bactérias patogênicas, também são bons aliados para quem sofre com o quadro. São representados principalmente por Lactobacillus, Bifidobacterium, Enterococcus e Streptococcus. São fontes de probióticos produtos lácteos, fermentados ou não, como iogurtes, leites fermentados e coalhadas.

7 – Consuma preparações laxativas, como o coquetel laxativo que ensino a seguir:

Deixe ameixas de molho na água de um dia para o outro na geladeira. No dia seguinte retire os caroços da ameixa, acrescente laranja sem casca e sem caroço (1 unidade), mamão (1 fatia) e água gelada (250 ml). Liquidifique tudo.

8 – Se estiver sentindo incômodo, evite alimentos como grião, brócolis, alho, couve, couve-flor, repolho, batata-doce, pepino, milho verde, rabanete, pimentão, lentilha, melão, gema de ovo e leguminosas. Eles são ricos em enxofre etendem a gerar flatulência e desconforto abdominal em algumas pessoas.

9 – Respeite o reflexo da evacuação: no período da manhã após o desjejum e após as refeições, reserve um tempo para evacuar. As contrações mais fortes do cólon ocorrem cerca de 10 a 15 minutos até 1 hora após o desjejum e refeições no geral. Por isso, tente ao máximo ouvir os sinais do seu organismo. Se possível, estabeleça horários regulares para ir ao banheiro.

10- Realize exercícios físicos regularmente: movimentar o corpo auxilia no tratamento da constipação por melhorar o tônus muscular do intestino. Além disso, os benefícios da atividade para o controle emocional também auxilia na redução dos sintomas de constipação com relação a fatores psicológicos.  Mas lembre-se de fazê-lo sempre sob orientação de um educador físico.

11 – Se o problema persistir, consulte um gastroenterologista e nutricionista para o tratamento da constipação intestinal, pois cada caso deve ser investigado individualmente.

*Colaboração da nutricionista Dra. Lívia Tissot

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Sobre a autora

Paola Machado é fisiologista do exercício, formada em educação física modalidade em saúde pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), mestre em ciências da saúde (foco em fisiologia do exercício e imunologia) e doutoranda em nutrição pela UNIFESP. É autora do Livro Kilorias - Faça do #projetoverão seu estilo de vida (Editora Benvirá). Atualmente, atua como pesquisadora, desenvolvendo trabalhos científicos sobre obesidade, e tem um canal de desafios (30 Dias com Paola Machado) onde testa a teoria na prática. Também é fundadora do aplicativo aplicativo 12 semanas. CREF: 080213-G | SP

Sobre a coluna

Aqui eu compartilharei conteúdo sobre exercício e alimentação para ajudar você a encontrar o caminho para um estilo de vida mais saudável. Os textos são cientificamente embasados e selecionados da melhor forma possível, sempre para auxiliar no seu bem-estar. Mas, lembre-se: a informação profissional é só o primeiro passo da sua nova jornada. O restante do percurso depende 100% de você e da sua motivação para alcançar seu objetivo.