Estresse, dieta, treino errado: saiba o que impede você de perder barriga
Muita gente me pergunta: "Por que é tão difícil perder a barriga? Por que emagreço e a gordura na barriga fica? O que devo fazer?".
Bom, saiba que da mesma forma que a gente não escolhe o destino do nutriente ingerido –se ele vai ser utilizado como energia ou armazenado, e onde será estocado–, não decidimos a região do corpo que vamos eliminar a gordura.
Ao mudar o estilo de vida, começar a se alimentar corretamente e praticar exercícios, é normal perder peso e ver braços, pernas e bumbum "emagrecerem". Mas a a barriguinha continua lá, firme e forte! Sabe por quê? Questão de sobrevivência.
Se você se perder na selva e ficar muitos dias sem comer, a gordura abdominal será a última utilizada, pois é o nosso reservatório natural de energia do corpo, tendo uma quantidade maior de células de gordura –e uma vez que elas são "criadas" no corpo, nunca desaparecem de forma natural –somente com procedimentos como lipoaspiração.
Um estudo clássico (1971) avaliou 19 adultos obesos e descobriu que eles tinham cerca de 75 bilhões de adipócitos –ou células adiposas, que armazenam gorduras e regulam a temperatura corporal. Após perderam uma média de 46 kg, os voluntários seguiram com os mesmos 75 bilhões de células de gordura, mas o tamanho dos adipócitos sofreu uma redução de 36%, passando de 0.9 µg para 0.6 µg de lipídeo por célula.
Por todos os motivos que expliquei, não ache que você vai reduzir gordura abdominal de maneira rápida. Ela é a mais difícil e demorada de perder em todo o processo de emagrecimento. Para conseguir perder a barriga, é necessário uma dieta controlada junto a uma rotina de treino, muita determinação e paciência. Já faz tudo isso e os resultados não aparecem? Veja a seguir motivos que podem estar impedindo você de alcançar sua meta.
Sua idade
É verdade que com o decorrer da idade fica mais difícil emagrecer e ganhamos peso facilmente se descuidarmos da dieta. Isso ocorre pois, conforme envelhecemos, há um declínio na taxa metabólica, com consequente redução no número de calorias que o corpo precisa para funcionar normalmente. Entre as razões para esse "efeito" está a diminuição na produção de hormônios como a testosterona (homens), estrogênio e progesterona (mulher), o que desacelera o metabolismo e favorece o acúmulo de gordura abdominal.
Portanto, com o decorrer da idade, o estilo de vida saudável de ser a sua primeira opção.
Você está fazendo só exercício aeróbico
A corrida ou aulas de spinning são ótimas para a saúde do seu sistema cardiovascular. Mas, para muitas pessoas, essas atividades sozinhos podem não trazer muito efeito quando o objetivo é perder a gordura da barriga. O indicado é combinar o treino aeróbico com exercícios com peso (musculação, funcional, crossfit). O treinamento de força aumenta a massa muscular, o que ajuda a definir seu corpo e auxilia no aumento do metabolismo.
O músculo, por ser um tecido metabolicamente ativo, gasta mais energia do que a gordura. Portanto, se fizer musculação, naturalmente você pode queimar mais calorias durante todo o dia por ter mais massa magra.
Seu treino está leve demais
Em um estudo publicado na revista Medicine and Science in Sports and Exercise, as pessoas que fizeram um treino de alta intensidade perderam mais gordura da barriga do que aqueles que seguiram um treinamento leve. Os exercícios de baixa intensidade não têm mudanças significativas no estado geral do seu corpo. O melhor dos treinos intensos: geralmente eles são curtos e você vai queimar mais calorias em menos tempo.
Você come muitos alimentos processados
Pão branco, biscoitos, batatas fritas, sobremesas e refrigerantes aumentam o processo inflamatório do nosso corpo. A gordura abdominal está associada à inflamação. Por esse motivo, se você comer muitos alimentos processados irá dificultar a perda de barriga. Já os alimentos naturais, como frutas, verduras e grãos integrais, estão cheios de antioxidantes, que têm propriedades anti-inflamatórias e podem reduzir ou impedir que a gordura acumule na região abdominal.
Você está ingerindo as gorduras erradas
O corpo não reage a todas as gorduras da mesma forma. Pesquisas correlacionam a alta ingestão de gordura saturada com o aumento da gordura visceral (entre os órgãos, na região da barriga). Por outro lado, as gorduras insaturadas –presentes no azeite, abacate, salmão, castanhas — têm efeito anti-inflamatório e, se consumidos em porções adequadas, podem ajudar na redução da gordura abdominal.
Porém, cuidado! Consumir muitas fontes de gordura de qualquer tipo aumenta a ingestão de calorias e pode levar ao ganho de peso. Sendo assim, ingira as gorduras certas e com moderação.
Você está estressado
Os hormônios do estresse, por exemplo, o cortisol, podem dar um start no seu corpo para elevar a quantidade de gordura estocada e também aumentar o número de células adiposas. Quanto mais estressado, mais cortisol e mais pré-disposição ao aumento de gordura visceral.
Você está dormindo pouco
Sua qualidade de sono é péssima? Um estudo feito com quase 70.000 mulheres de 16 anos descobriu que aquelas que dormiam cinco horas ou menos por noite eram 30% mais propensas a ganhar 30 kg ou mais do que as que tinham pelo menos sete horas de sono. A recomendação é que adultos durmam de sete a nove horas por noite.
Você está doente
Resistência insulínica, problemas de tireoide, diabetes e outras doenças podem dificultar todo o processo de emagrecimento. Por isso, sempre é importante uma intervenção multidisciplinar, com uma equipe que trabalhe de forma integrada para detectar qualquer problema relacionado à saúde.
Você está desmotivado
Reduzir a gordura abdominal tem que ser uma combinação de uma alimentação supervisionada juntamente com exercícios. Se você não estiver disposto a mudar o estilo de vida, nada vai ajudar. Fazer atividades em grupo, experimentar uma modalidade diferente ou até adquirir um equipamento de treino novo (relógio, camiseta, tênis) são estratégias que ajudam a ganhar motivação para malhar.
Foco, treino e dieta: este é o caminho para perder a barriga.