Trocar hábitos é possível, basta você entender como condicionar a si mesmo

Mudar hábitos só depende de estabelecer uma rotina: como o Carioca fez para deixar de comer pipoca doce toda noite – Foto: iStock
Eu sou uma pessoa bem caxias com os meus hábitos e rotina — sempre fui, até antes de saber que rotina era uma rotina de fato. Estabeleci a metodologia do meu doutorado, a metodologia da minha clínica, tudo pensando em mudança de hábito, comportamento e rotina. Quando já estava com tudo redondo, comprei o livro "O Poder do Hábito" de Charles Duhigg e achei impressionante como, sem querer, coloquei um hábito em tudo o que estava fazendo.
Nosso cérebro é espetacular e, da mesma forma que ele condiciona bons hábitos, ele condiciona maus hábitos. E o hábito é algo totalmente moldável. Li, reli o livro, li mais uma vez com outra percepção e acabei trazendo alguns novos conceitos de vida com base em toda minha interpretação pessoal, prática e científica que gostaria de expor aqui para vocês de forma fácil, sem florear muito.
Já que estamos falando sempre sobre a evolução do meu marido aqui na minha coluna, vou expor para vocês um hábito que ele tinha e como modificamos um hábito que fazia mal para ele por um bom hábito.
Todos os dias, depois do jantar, lá pelas 22:00, ele sentava no sofá para assistir seu jornal — isso chamamos de DEIXA, que são todos aqueles momentos, ações e comportamentos que estão relacionados ao start do hábito. Nesse momento, talvez até por merecimento de um longo dia de trabalho, ele fazia uma pipoca bem doce — aqui está o mau HÁBITO que ele condicionou durante anos. Depois que ele comia, ele sentia o prazer de ter comido — aqui está o que chamamos de RECOMPENSA. Quando se trata de hábito temos que substituir e não deixar um buraco nesse meio da deixa e recompensa. Aqui está o grande erro das pessoas. "Quero emagrecer e vou tirar a pipoca doce". Pronto! Você criou um grande buraco patológico e ficará pensando naquela pipoca o tempo todo.
Por esse motivo, o que você tem que entender, é que qualquer hábito é substituível. Você sempre terá seu momento de deixa e sempre sentirá a sua recompensa; mas o hábito pode ser trocado por um outro hábito. E assim fizemos. Ele continuou sentando no sofá para assistir seu jornal às 22:00, mas ao invés da pipoca, criamos o hábito do chá — que ele sempre amou –, e a recompensa veio da mesma forma. Substituímos o mau hábito da pipoca doce, pelo bom hábito dos chás; com a mesma deixa e a mesma recompensa.Os primeiros dias foram de fato estranhos, mas condicionamos nosso organismo pela repetição.
Já a rotina do seu dia deve ser estabelecida com antecedência. Por esse motivo, tudo sai como planejado. Quando entendemos e fazemos escolhas conscientes, tudo fica muito mais claro e as escolhas muito mais pertinentes. Temos a grande mania de acordar e deixar o dia levar. Se aparecer uma pessoa vendendo chocolate no farol, "ah, sem problemas comprar e comer", afinal, você não tinha estabelecido uma rotina. Agora, se um dia antes, você destrinchar sua rotina detalhadamente — exemplo, acordo 06:00, como uma fruta e uma crepioca 06:20, treino 07:00 — não tem como você deixar seu dia levar.
O que deve estar claro é que tanto o hábito, quanto a rotina, devem ser condicionados por repetição; pois isso não muda de um dia para o outro — há quanto tempo você tem um mau hábito ou uma rotina desorganizada? Então, é preciso insistir. Colocar no papel. Colocar em prática e persistir, até que aquele hábito e aquela rotina tornem-se automáticos.
Que tal tentar?